A recente megaoperação policial no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, resultou em pelo menos 121 mortes, incluindo quatro policiais, tornando-se a ação mais letal da história brasileira, superando o Massacre do Carandiru de 1992. Governadores de direita, como Cláudio Castro (PL), do Rio, e aliados como Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, defenderam a operação como um sucesso no combate ao crime organizado, anunciando o “Consórcio da Paz” para integração de esforços. No entanto, a identificação de todos os mortos ainda não foi confirmada, e imagens de corpos enfileirados repercutiram globalmente, levantando questionamentos sobre a letalidade policial.
Nesse contexto, a Bahia emerge como ponto focal na disputa política entre direita e esquerda, especialmente com vistas às eleições de 2026. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, o estado lidera em números absolutos de mortes violentas intencionais (MVI), com 6 mil registros em 2024, e em letalidade policial, onde 25% das mortes envolvem agentes do estado, totalizando 1.556 casos. Cidades baianas como Jequié, Juazeiro e Camaçari figuram entre as mais violentas do país, e o estado abriga 21 facções criminosas, incluindo o Comando Vermelho e o Bonde do Maluco, com disputas intensas em Salvador. Governadores opositores, como Caiado, criticam o PT, ligando os índices ao governo de Jerônimo Rodrigues e à influência federal de Lula.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) reconhece os números, mas destaca reduções recentes na taxa de MVI e enfatiza o enfrentamento ao crime organizado, defendendo que “bandido bom é bandido preso”. Especialistas, como o advogado Caio de Souza Galvão, alertam para a necessidade de cumprir decisões do STF, como a ADPF 635, para evitar excessos e promover integração federativa. Enquanto estados como São Paulo e Goiás registram altas taxas de letalidade policial, o debate reforça a segurança como bandeira eleitoral, com propostas como a PEC da Segurança Pública visando coordenação nacional sem ferir autonomias.