Allany, de 13 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça disparado por Carlos Eduardo Pessoa, de 20 anos, em uma kitnet na Quadra 92 do Sol Nascente. A adolescente chegou a ser internada no Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na madrugada de terça-feira (4). Este caso representa o 25º feminicídio registrado no Distrito Federal em 2025, destacando a persistente questão da violência contra mulheres na região, que tem demandado maior atenção das autoridades políticas e de segurança pública.
No velório de Allany, realizado em uma capela, o ambiente era de profunda consternação e revolta entre familiares e amigos. Balões brancos e rosas vermelhas decoravam o local, enquanto parentes e colegas de escola oravam e cantavam músicas de louvor. Camisetas em homenagem à garota traziam a mensagem “A dor da saudade é eterna. Você foi embora cedo demais”. O vigilante Alex Moura, de 46 anos, amigo da família, expressou sua incredulidade ao receber a notícia. “Vi ela crescer e é muito doloroso acompanhar essa tragédia. Era uma pessoa muito doce. Não fazia mal a ninguém”, afirmou. Uma coroa de flores resumia o lamento coletivo: “Descanse em paz, menina”.
De acordo com a Polícia Civil do DF, o crime ocorreu por volta das 5h20 de segunda-feira (3), e Carlos Eduardo acionou a Polícia Militar, sendo preso em flagrante. Inicialmente, ele atribuiu o disparo a um rival que teria invadido a kitnet com intenção de matá-lo, acertando a menina por engano. No entanto, laudos preliminares revelaram marcas de mordida no corpo do suspeito, sugerindo uma luta corporal com a vítima. A polícia solicitou perícia para verificar se as marcas correspondem à arcada dentária de Allany. A mãe da adolescente, Ivani Oliveira, de 42 anos, relatou ter observado marcas de estrangulamento no pescoço da filha durante visita ao Hospital Regional de Ceilândia, reforçando a hipótese de briga.
Na tarde de quarta-feira (5), Carlos Eduardo prestou novo depoimento na Divisão de Controle e Custódia de Presos e admitiu ter inventado a versão sobre o rival, assumindo a autoria do crime, mas alegando que o disparo foi acidental. O caso continua sob investigação, e o alto número de feminicídios no DF levanta debates sobre políticas de prevenção e proteção a vulneráveis, com cobranças por ações mais efetivas do governo local.