Um ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) foi condenado pela Justiça por práticas irregulares envolvendo o uso de patrimônio público, incluindo a cobrança de uma “cota do café” de outros militares. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o réu retirava café da sede do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília, e o transportava para a unidade em Barra do Garças, no Mato Grosso. Lá, ele vendia o produto aos subordinados, cobrando valores para que pudessem consumi-lo, o que foi caracterizado como enriquecimento ilícito.
Além do esquema com o café, a sentença reconheceu outros atos que configuraram dano ao patrimônio público. O ex-militar utilizou militares sob seu comando para reformar uma embarcação pessoal, realizar serviços em sua residência, como corte de grama e manutenção de calhas, e desviou materiais e equipamentos da FAB para benefício próprio. Também foram identificados o uso de galões de água, eletrodomésticos e produtos de limpeza em residências particulares, além do transporte em viaturas oficiais para a casa de sua namorada e outras localidades.
A condenação determinou o pagamento de R$ 35 mil e a proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais e creditícios por seis anos. No entanto, o réu manteve o cargo público, uma vez que já se encontrava reformado desde 2021, conforme a decisão judicial.