A Universidade de Brasília (UnB) concedeu, nesta quinta-feira (6/11), o título de Doutora Honoris Causa à professora e ativista Lélia Gonzalez, em uma cerimônia realizada no auditório da associação de docentes da instituição. O reconhecimento póstumo destaca a trajetória de Gonzalez como uma figura central na luta antirracista e feminista no Brasil, especialmente em períodos marcados por repressão política, preconceito e conservadorismo. Nascida em 1935 em Minas Gerais, Lélia Gonzalez foi uma mulher negra que dedicou sua vida a combater desigualdades sociais e raciais, tornando-se uma referência para movimentos sociais e acadêmicos.
Lélia Gonzalez faleceu em 1994, aos 59 anos, deixando um legado que continua a influenciar debates sobre raça, gênero e direitos humanos. O título foi recebido por sua neta, Melina de Lima, que é cofundadora do projeto “Lélia Gonzalez Vive” e diretora de educação e cultura do Instituto Memorial Lélia Gonzalez. Essa homenagem reflete o compromisso da UnB em valorizar contribuições históricas para causas de impacto social, alinhando-se a uma tradição de reconhecimentos post mortem para personalidades que moldaram o pensamento crítico no país.
A concessão do título de Doutora Honoris Causa post mortem pela UnB é reservada a indivíduos responsáveis por ações de grande relevância em suas áreas de atuação. No caso de Gonzalez, o foco está em sua militância incansável contra o racismo e o machismo, que ecoam até os dias atuais em discussões políticas e acadêmicas. A cerimônia reforça o papel das instituições educacionais em preservar memórias de resistência, promovendo a reflexão sobre desigualdades persistentes na sociedade brasileira.