A delegada Mariana Almeida, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) 2, em Ceilândia, investiga se as marcas de mordida encontradas no corpo do principal suspeito pela morte de Allany Almeida, de 13 anos, foram causadas pela vítima em uma possível reação antes de ser assassinada. O suspeito, Carlos Eduardo Pessoa Tavares, de 20 anos, alegou que as marcas no peito e no braço resultaram de uma brincadeira, mas a polícia aguarda resultados periciais de um dentista para verificar a compatibilidade com a arcada dentária da adolescente. O caso ocorreu na madrugada de 3 de novembro, no Sol Nascente, quando a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência de disparo de arma de fogo na casa do suspeito.
Além do ferimento por tiro no rosto, Allany apresentava marcas roxas no pescoço, indicando estrangulamento. Inicialmente, Carlos Eduardo afirmou que dois indivíduos com capacetes invadiram o local para assaltar e um deles atirou na vítima, mas as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal desmentiram essa versão, pois nenhum bem foi levado e vizinhos não relataram movimentação suspeita ou disparos. Um vizinho foi chamado pelo suspeito pedindo socorro. A menina foi encontrada em estado gravíssimo, transferida para a UTI do Hospital de Base, onde perdeu massa encefálica e respirava com aparelhos, vindo a falecer.
De acordo com a família, Allany saiu de casa no sábado, 1º de novembro, mentindo sobre seu destino, e uma amiga avisou uma tia sobre o tiro na manhã de segunda-feira. As investigações apontam que a adolescente e o suspeito iniciaram um relacionamento amoroso dias antes do crime. Carlos Eduardo negou agressões durante o interrogatório, mas permaneceu em silêncio com seu advogado. A Justiça manteve sua prisão no mesmo dia.
O caso destaca desafios na segurança pública do Distrito Federal, onde feminicídios envolvendo menores exigem políticas mais eficazes de proteção à mulher e investigação especializada.